terça-feira, 30 de julho de 2013

Dia 13 - Uma adaptação à la Marada

Eu sabia que era questão de tempo para eu arrumar maneiras de começar a correr antes do prazo que eu mesmo me estabeleci, de um mês. Hoje, voltei ao Parque da Cidade para a minha caminhada de uma hora. E como corri por três minutos ontem, decidi que hoje seriam quatro corridas, um a cada 14 minutos. Eu sei que o efeito prático, por enquanto, é mínimo. Mas o efeito psicológico é fantástico. Eu estou CORRENDO.

Então, eu decidi que vou correr um minuto a mais a cada dia desse primeiro mês, até começar o meu velho programinha recortado da Men's Health. Depois de amanhã serão cinco minutos, fechando cada ciclo de 12 minutos. E assim até o final do mês, quando estarei correndo um minuto a cada quatro andados. Ou não. O que vai me dizer isso é o meu corpo.

Hoje, por exemplo, corri um minuto a mais do que previa. No quarto e último tiro, o minuto corrido parou na distância de 5,6 km. Poxa, faltava muito pouco para completar 6k. Como estava bem, decidi que iria correr até completar seis quilômetros. Deu um minuto e meio a mais. Foi uma delícia. Aquela sensação boba de estar superando mais um limite(zinho).

Sensação semelhante à que tive ao ver a balança marcar 96,5 kg hoje, já depois do almoço. Fiz prova, contrapova e tréplica na balança, que costuma marcar pesos diferentes a cada subida. Por maioria de votos, decreto estar pesando já 3,5 kg menos do que quando voltei a me exercitar, em 17 de julho. Até os 92, acho que chegarei sem muito sofrimento nos próximos 19 dias, quando voltarei a fazer o programa da Men's Heatlth. A chance de lesão vai ser ainda menor se isso acontecer até lá.

Apesar de toda a alegria, devo confessar que minha panturrilha doeu um pouco hoje. Estou considerando ter sido mais uma daquelas dorezinhas benéficas que tem a ver com a readpatção da musculatura à prática esportiva. Por via das dúvidas, passei um pouco da pomada da Tia Jan, a tia-avó da Mayara que é química e faz uma espécie de Gelol melhor que o próprio, e coloquei as meias de compressão. Talvez volte a correr com elas nos próximos dias.

A foto do dia é mais ou menos do ponto em que costumo começar a correr todos os dias, aqui em Jundiaí. Inspiração não me falta, como se vê.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Dia 12 - Consolidando

Apesar do longo rolê de bike de ontem, acordei disposto para me exercitar hoje cedo. Parte dessa disposição, claro, tem a ver com o excelente domingo de folga que tivemos, eu e a Má. Cozinhamos nosso almoço e experimentamos - mais eu do que ela - macarrão integral. Ela também marinou um frango que fizemos em forma de filé. Ficou bem gostoso. Nossa tarde, em casa com a Zooey, foi sensacional. Tiramos até a nossa tradicional foto mensal para mostrar o crescimento dela. Cada dia mais linda. E mais pesada.

Como eu disse à Mayara, a verdade é que se macarrão integral fosse gostoso pra caralho, ninguém comeria o tipo normal. Está certo que eu também quis comer do jeito mais light possível, com o azeite aromatizado com alho, orégano e manjericão que fizemos e sal. Sem molho. Talvez, com um molho bem saboroso, fique melhor. Piquei também uns tomates e misturei. No fim, ficou bom. Com esforço, ficará ainda melhor.

Hoje o Parque estava bem ensolarado e até movimentado. Mesmo assim, estava frio, e tive de correr usando uma blusa. O Parque é realmente lindo. Todo dia fico pensando em tirar uma foto e postar aqui - ah, sim, a Mayara salvou meu celular da morte certa, reformatando-o todinho. Ela é uma linda sabida de tecnologias. Agora, voltaremos a ter fotos. A de hoje mostra o local onde costumo fazer alongamento, perto do estacionamento.

Eu disse correr acima. Sim, eu andei a maior parte do tempo. Mas corri, também. Três minutinhos. Dois a mais do que na primeira vez que corri há... dez dias? Mais uma mini-meta superada. Vou continuar com esses desafios. Continuo o processo cauteloso, de adaptação aos poucos, mas me animo com uns piques correndo, só para dar o gostinho.

Aos poucos, as coisas vão se consolidando e se encaixando. A alimentação sem farinha branca, fritura e com o mínimo de açúcar me deixa mais leve e menos cansado. Mais disposto, me exercito mais, perco mais peso e me condiciono. Não irei parar.
Os 5k estarão me esperando para serem percorridos.

domingo, 28 de julho de 2013

Dias 10 e 11 - Stealing it back

No DVD "Rattle and Hum", do U2, há um cover de Helter Skelter, dos Beatles. A mais pesada canção do quarteto, décadas antes dessa gravação, teve um outro intérprete. Um cara chamado Charles Manson. Sim, o assassino. Por isso, ao introduzir o cover no DVD, Bono avisa, com acentuado sotaque irlandês: "This is the song Charles Manson stole from the Beatles. We are stealling it back!". Para quem gosta de Beatles e de Rock, essa frase é mágica. Corresponde a alguém recuperar uma obra de arte roubada de um museu.

A música merece ser ouvida.


Steal back. Roubar de volta.

Há um tempo que não tinha vontade de pedalar, correr ou andar. Havia perdido inteiramente o prazer de me exercitar. Triste com a minha situação financeira, morria de medo de ficar a sós com meus próprios pensamentos. Havia perdido o prazer de me exercitar para a tristeza e a preocupação. Pois bem, eu estou conseguindo roubá-lo de volta. E, como uma coisa puxa a outra, comer melhor está sendo uma consequência nada sofrível.

Dia 23 de julho, a última terça, foi o dia mais frio do ano em São Paulo. Pois foi justamente o dia em que decidi voltar a jogar futebol, após mais de um ano parado, devido à torção no tornozelo esquerdo, na Copa Aceesp de 2012. Com o time do Diário de S. Paulo, enfrentei a Folha. Curiosamente, um dia antes de fazer a entrevista final e ficar sabendo que iria trabalhar no maior jornal do Brasil.

Coisas boas atraem coisas boas. Eu acredito.

Joguei muito mal. Tive medo da bola e de torcer o pé de novo. Mas nem me importei. Joguei por mais de 20 minutos e não deixei o campo exausto. Poderia ter jogado mais, mas não quis forçar. Até fiz uma boa tabela com o Lucas Bettine, mas tentei um drible a mais e perdi o lance. Voltei para casa feliz.

Até por conta do jogo de terça à noite e do fato de ter ido à Folha na quarta-feira de manhã - além de ter ido para São Paulo outros dois dias -, não me exercitei muito nessa semana. Poderia até ter ido ontem, não fosse uma discussão besta que tive com a Mayara e que levou embora mais de uma hora do nosso dia. Idiota.

Mas hoje teve rolê de bike. E foi ousado. Pedalei por mais de uma hora e quarenta - tem uns sete minutos de bicicleta sendo empurrada em algumas ladeiras, claro. Comecei no mesmo trajeto do último domingo. Mas fiz algo sensacional. Pela Frederico Ozanam, fui até o Jardim Botânico e peguei a trilha até o Parque da Cidade. Essa trilha é sensacional. Passa por baixo de rodovias, ferrovias, corre pela beira da represa e entra no Parque, propriamente. É realmente demais.

Pedalei por quase 27,9 km e encarei várias ladeiras. Quase consegui, inclusive, chegar até a minha casa sem desmontar. Não foi hoje, mas vai acontecer. Talvez, nem demore. Nessa fase inicial, o progresso pode vir rápido.

Because I stole it back!

domingo, 21 de julho de 2013

Dia 9 - Ladeira acima

O único problema de andar de bicicleta em Jundiaí, ao menos próximo do bairro da Colônia, onde moro, é evitar as ladeiras. Outro dia, relatei aqui minha dificuldade em chegar na minha própria casa, que fica no alto de um morro. Hoje, tive de desmontar da bicicleta, mais uma vez, para dar conta de chegar ao "Lar dos Potos", como a Mayara batizou nossa casa. Mas, antes de voltar a ser pedestre, fiz questão de tentar encarar ao menos uma ladeira íngreme.

Aos 50 minutos de pedalada pela cidade, em um trajeto de 18 km por avenidas e pela Ciclofaixa de Lazer, cheguei no pé da primeira das várias ladeiras que um dia vão encerrar os rolês de bicicleta - atrás do Terminal Colônia, no sentido da igreja. Tive a mesma sensação de ontem, ao correr por um minuto. A dor parecia benéfica. A sensação, apesar de dolorosa, dava uma noção de cumprimento de dever.

Gosto de trabalhar assim. Em todos os dias, estabeleço uma micro-meta, alguma coisa besta, como o minuto corrido ou a ladeira vencida.. Faço o mesmo, por exemplo, com a minha alimentação. A cada dia, venço um "inimigo". O refrigerante, por exemplo, já perdeu a guerra dele contra mim. O pão branco, também.

Pedalei por 55 minutos e andei por mais dez, ladeira acima, empurrando a bike. A Ciclofaixa da Avenida Luiz Latorre não é grande coisa. Seu trajeto de ida e volta tem pouco mais de 5 km. Mas, no trânsito jundiaiense de domingo de manhã, dá para pedalar com tranquilidade, sem grande risco de acidentes por quase toda a cidade. Passei por avenidas de grande movimento, como a Frederico Ozanan e a Nove de Julho sem grandes sustos.

Pena eu só ter me animado a voltar a pedalar agora, seis meses depois de me mudar para cá. Quantas manhãs agradáveis eu não deixei para trás...

Tenho vistos coisas muito legais nas minhas idas ao Parque e passeios de bike pela cidade. Pena o meu celular estar uma merda. Não tenho conseguido tirar fotos. Por isso as imagens genéricas, à lá blog do Cosme Rímoli, devem perdurar mais um tempo.

sábado, 20 de julho de 2013

Dia 8 - Faltam só 29 minutos

Confesso que pequei. Fui contra minha própria constatação da última quinta-feira e corri. Foi só por um minuto. Sei que não vai ter nenhum efeito prático no meu progresso de condicionamento físico e perda de peso. Mas me fez bem. Foi aos 50 minutos da caminhada, que se encerraria dez minutos depois. Foi por menos de 1 km. Contudo, perceber que não morri depois de fazê-lo melhorou meu ânimo.

O Parque da Cidade fica ainda mais bonito no inverno do que no Verão. Acho que a luz do sol bate em um ângulo mais baixo nas águas do lago, deixando-o mais dourado e reluzente. Porra, fiquei tão animado que estou até fazendo poesia com o lago e o sol.

Foram só três sessões de exercício desde o retorno, quatro meses de intervalo depois. Mas estou sentindo diferenças no meu corpo. Percebo os músculos da perna se enrijecendo e se fortalecebndo à medida que caminho. Até dor me anima. Porque é uma dor positiva. Dor de musculatura voltando a ganhar tônus, que incomoda mas não impede de seguir em frente.

Sinto também que meus ombros estão menos arqueados e que minha cabeça está menos enfiada dentro deles. Exercício + alongamento + alimentação. Estou mais leve. Já estou sem comer pães brancos, frituras e refrigerantes desde o início da semana. Estou comendo menos, também, em intervalos curtos e apostando nas frutas. Estou em uma fase de paixão com os morangos. Li que eles ajudam a desinchar e a eliminar toxinas.

Meu objetivo principal inicial é voltar a correr por 5 km, como já falei anteriormente. No meu melhor ritmo, percorri essa distância em cerca de 30 minutos. 30 vezes mais do que o que consegui correr hoje.

Um minuto num dia, 30 minutos no outro. Faltam só uns 3 meses. Ou, olhando por outro lado, 29 minutos. Se todos os dias forem tão legais como o de hoje, serão três excelentes meses.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Dia 7 - Cesta de dez pontos

Gosto de usar metáforas esportivas para explicar tudo. Muito porque alguns dos grandes aprendizados advindos do meu pai e da minha mãe se originaram no esporte.

A lealdade em padrão do Palmeiras, tão proferida pelo velho Wagner. O desprendimento de ego para se deixar ter ídolos, como minha mãe Sandra teve o Ayrton Senna e o Gustavo Kuerten. O senso de unidade, de trabalho em equipe, que eu mesmo aprendi, sentado em frente à TV, nas arquibancadas, campos e quadras. E, acima de tudo, a noção de que só com persistência é que podemos conseguir os objetivos. Para mim, o esporte sempre explicou a vida.

Das metáforas que uso com mais frequência, uma das minhas favoritas veio do basquete: "Não existe cesta de dez pontos". Se algo está tão ruim quanto estar dez, quinze, vinte pontos atrás em um jogo de basquete, não adianta se desesperar. O máximo de pontos que dá para fazer com um arremesso é três. Não há solução mágica. O jogo é ganho ponto a ponto. Os objetivos são conquistados aos poucos.

Mais uma vez, a velha máxima se fez verdade hoje pela manhã, quando estive no Parque da Cidade de Jundiaí. Desde ontem eu estava planejando voltar a me exercitar lá. Estava resignado, com a clara noção de que não iria conseguir correr. "O negócio é caminhar, primeiro, para o corpo ir se acostumando", disse a mim mesmo. "Se eu correr, vou me lesionar". Mas, hoje de manhã, no carro, eu já estava pensando em reiniciar o programa de corrida. "Vamos ver, vai que eu consigo", disse a mim mesmo. "Pelo menos metade do programa da primeira semana", sonhei.

Meu corpo se encarregou de me impedir. Eu não tenho a menor condição de correr. Nem de trotar. nem de intervalar com caminhadas. Minhas pernas doeram de mil maneiras diferentes. Joelhos, tornozelos, canelas, panturrilhas, coxas, quadris... Nada passou impune à caminhada. Se doeu para andar, imagine para correr. Sem chance.

Ter de caminhar é uma merda para quem quer correr. Especialmente para alguém que já correu no passado. E o pior é que caminhar pouco não adianta nada. Uma hora de caminhada é o mínimo para o corpo queimar gordura e se condicionar.E lá fui eu, andando, passo após passo, com as minhas dores, invejando cada corredor que passava por mim, aceitando que, hoje, aquele velhinho de 70 anos que passou correndo ao meu lado tem uma condição física melhor que a minha.

Minha consciência diz que terei de andar pelo menos umas doze vezes - três vezes por semana por um mês - até poder voltar a correr devagarzinho. Mas, com o complemento da bicicleta, pelo menos aos domingos, quem sabe eu não consigo economizar um pouco, deixar isso em três semanas... Sim, cá estou eu tentando cortar o caminho, de novo. Dessa vez, porém, acho que meu corpo não vai deixar.

Se a parte externa do corpo dói, como costas e pernas, imagine como os órgãos internos estão desacostumados ao exercício. Imagine o meu pulmão, de repente, tendo de processar muito mais oxigênio que o habitual nos últimos tempos. O coração tendo de bater muito mais rápido para mandar sangue para as pernas. O fígado quebrando glicose mais aceleradamente que o normal, para produzir energia.

Como diz a letra da linda e melosa "Amazing', do Aerosmith, de 1994, "You have to learn to crawl before you learn to walk".

Anda, Marada. Anda.


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Dia 6 - Um pequeno intervalo

É. Foram nada menos que quatro meses e cinco dias desde a última ida ao Parque da Cidade de Jundiaí, na tentativa de voltar a conseguir correr pelo menos 5 km, um dia, novamente, quem sabe. Logo depois daquele dia longínquo em que me exercitei pela última vez, caí de cama por quase cinco dias. Fiquei doente como nunca antes na vida - e olhe que não foram poucas as vezes em que fiquei doente...

Febre de 41 graus era algo que eu não tinha desde a infância. Delírios, passeios de cadeira de roda e horas em um hospital público de Jundiaí tomaram o lugar dos treinos por um período. A Mayara foi um anjo. Cuidou de mim e, bem ao seu jeito, quase arrumou um barraco no hospital para me defender da negligência de algumas enfermeiras. Coitada. Acabou pegando a mesma infecção que eu. Ficamos os dois muito mal. Demoramos quase um mês para nos recuperarmo totalmente.

A verdade é que perdi o pique de voltar a me exercitar depois disso. Um pouco por "culpa" da Zooey, a filhote de vira-lata que eu e a Mayara decidimos adotar. Cuidar dela é tão gostoso que nem dá vontade de sair de casa. O estresse pelas complicações da vida também não deram muita brecha pra minha cabeça buscar motivação para sair para a rua e me exercitar. Mais estresse, mais cortisol, mais peso. Um círculo vicioso.

O problema é que a barriga não para de crescer. Mesmo sem fumar ou beber com frequência, também nunca estive em uma forma física tão ruim. Já fui mais pesado. Já fiquei mais tempo sem exercício. Mas nunca fiquei tão parado, e tão estressado, às vésperas dos 33, anos, antes. Algo precisa ser feito.

Hoje, recomecei o caminho rumo aos 5k. Tirei a minha querida bicicleta do quartinho e fui pedalar em Jundiaí. A ideia era ir até o Parque da Cidade. Apenas 8 Km me separam daquele paraíso. Mas não foi possível. Moro em um bairro cheio de subidas. Na primeira ladeira, desisti. Minha coxa quase entrou em combustão. Estou mesmo MUITO mal fisicamente.

Rodei mais um pouco pelas redondezas, em busca de algum lugar plano. E, após um tempo, encontrei. Não por acaso, na mesma avenida que serve de pista para a Ciclofaixa que funciona aos domingos na cidade, na várzea de um córrego cujo nome juro que vou descobrir. Ali, fui bem. Pedalei por cerca de 40 minutos. A rodagem, 15 km, foi baixa. Mas serviu para eu ver que meu principal problema é mesmo a falta de força. Eu tinha fôlego para ir mais longe, apesar do sol forte.

Pronto. Encontrei o lugar onde pretendo pedalar sempre que juntar ânimo, nos próximos dias. Mais uma vantagem de morar em uma cidade pequena. Não preciso de um parque, nem de uma ciclovia. Na cidade tranquila, dá para pedalar nas ruas, sem passar muito medo.

Mas, na volta, precisei desmontar da bike para encarar as ladeiras. As dores eram muito fortes. Vamos melhorar isso, com o tempo.